segunda-feira, 18 de maio de 2020

RESPOSTA AO ECRITOR E AMIGO ELMAR CARVALHO CUNHA E SILVA FILHO


Não é assunto "virgem", termo que, contextualmente, usara o meu ex-profesor-  na década de 1960, e cermestre de obras de cronista dos melhoes que o Piauí já produziu na sua história literária.obras de A. Tito Filho com Teresina meu amor(1973)crônicas Tereina,meu amor(1973) e de pelo grande mestre. homem de letras piauiense, uma das figuras de mestre preferidas da minha geração, que se encantava com as suas aulas sempre aguardadas com o prazer  antecipado de ouvi-lo lecionar a  disciplina literatura luso-brasileiral 

     Um E docente bem-vindo ao alunado, dotado do talento verbal, i.e., de "facilidade de expressão", de resto, definição empregada por meu |Cunha e Silva nos muitos diálogos  mantidos no início da adolescência  em||Teresina. 

Eu fica, enquanto ele narrava fsatos e acontecimentos  daquela quadra se sua vida pitoresco durante   sua estada no ||Rio deJaneiro como aluno do|Colégio San Rosa, em Niterói tanto quanto no noviciado  feito em Lavrinhas, no Estado de São Paulo, cursando filosofia no seminário dirigido pela ordem dos salesianos. 

As  narrativas do elhp mosta e acatado professor do ensno médio, polhar  em Amarante.Professor catedrático  por concurso da Escola Normal "Antonino Freire". em Teresina a cuja defesa eu assistira menino, em Teresina, quando regressou definitivamemnte ao seu Estado natal e,particularmente,   a fim de estabelecer residência na terra de seu pai,  abastado e conhecido comerciante de Amarante, Manoel Alexandre   e Silva, e  lecionar  fins de semano deitado ns rede do que costumo chamr de "quarto-biblioteca", locus que teve um signiicado . verboso, orador eloquente, quer se manifestando por escritoe de improciso quanto nos gestos e tom de conversas reportando pedaços de sua mem´rias  que, depois, anotaria em deliciosas crônicas em jornais do Piauí.Ele era dotado de uma portentosa memória.   

       Um exemplo emblemático: conhecia seus alunos de seu amado Ateneu RuiBarbosa., escola em Amarante que veio a ter matriculados uns cem alunso e, o que, é mais significtivo, dsva aulas num nível primário e complementar lecionando todas as matéreias,  pelo nome completo e os fardaca na retentiva priivilegiada. evoa aliciante a quem o ouvia-lhe atentamente as aventuras, alguma  plenas  u expor algum tema no universo~ocaso contao em  

Mestre Cunha  atuou no campo da literaturs, dotada vocação ímpar para a pesquisa historica e etimológica, como, entre outros trabalhoa, o seu criterioso e utilíssomo livro, Chico's bar: \ asoluç~so, que, e ao qual dediquei uma res o jornal

quarta-feira, 29 de abril de 2020

AINDA SOMOS O PAÍS DO FUTURO?


CUNHA E SILVA FILHO


           Que portentoso vídeo acabei de ver, enviado a mim, numa mensagem do Messenger, sobre a vida social e cultural japonesa!

            Deve ser visto sobretudo pelos Presidentes de Repúblicas ( caso típico do nosso país que dá as costas para a efetiva formação moral e educacional de crianças que serão adultos responsáveis) .
           O Brasil e grande parte da América Latina, da América do Sul, da América Central e do próprio EUA não são países que possam ser exemplos de dignidade humana em todos os níveis da pirâmide social, com menos desigualdade e muito investimento efetivo e fiscalizado na área da Educação e do Ensino.
           Urge que as autoridades responsáveis pelos setores da educação da crianças e adolescentes tomem vergonha na cara e se espelhem no exemplo magnífico da vida social japonesa, onde a sociedade respeita e valoriza os seus professores e lá não escarnecem da nobre e imprescindível classe dos professores de todos os níveis.
           O velho no Japão é reverenciado.Aqui no Brasil é descartado de muitos de seus direitos de cidadão.
            Ter-se-ia de escrever um livro mostrando toda essa deformação moral em que políticos coniventes com governos autoritários e alguns empresários corruptos continuam a manter o país na miséria social, violência no quotidiano do povo que é obrigado a resolver seus problemas e tem que sair de casa. A violência crônica, a falta de segurança, de escolas públicas de qualidade, de hospitais sucateados e entregues às traças enquanto os donos dos três poderes vivem como nababos e mordomias que nunca acabaram nem vão acabar enquanto o povo for alienado e imbecilizado por programas de TV de baixíssimos níveis morais .Vergonha Nacional!
          Quando seremos um país sério? Que eu saiba, continuamos, em alguns setores, patinando na miséria e na impunidade crônicas.
         Que país é esse? De Gaulle (1890-1970) tinha razão ou foi mal interpretado pelos críticos que não são concordes com tal declaração? Porém, a frase ficou no imaginário dos brasileiros escaldados e descrentes de uma melhoria de vida e de desenvolvimento social ainda a ser atingidos pelos nossos governos federal,estaduais e municipais.
          Pelé, um gênio do futebol de todos os tempos, tinha razão ao declarar que o nosso povo não sabe votar? O livro (ensaio) de Stefan Zweig (1881-1941) "Brasil, país do futuro," (1881-1942) virou, no título, uma forna de os brasileiros não acreditarem num país que adia as reformas sociais que atrasam cruelmente um povo analfabeto ou analfabeto funcional esbulhado ainda em muitos de seus direitos de cidadania.Como será esse Brasil no futuro? Não tenho bola de cristal.Contudo, não sejamos céticos demais nem tampouco ingênuos demais. "Qui vivra verra!"

quarta-feira, 15 de abril de 2020

domingo, 16 de fevereiro de 2020

Resposta a um comentário

cont´rario eu vim foi para lhe fazer um pagamento de traaduçõies.
                                                  
                                                                      CUNHA E SILVA FILHO

       

          O meu breve artigo. publicado em jornal de Teresina. aos 29 anos. quando já estava no Rio de Janeiro, tornou-se, graças ao seu comentário, mais  do que  um mero  comentário,   um grande artigo de sua lavra, meu dileto amigo Dr. Benhur Cavalcanti. V. devia, há muito tempo, ser um brilhante jornalista.Já lhe disse isso. Mas, ainda é tempo.
          Lembre-se do meu exemplo paradigmático: Estudei na UFRJ, área de Letras, 14 anos contando com Mestrado, Doutorado e Pós-Doutorado. O tempo do transcurso para obter os títulos de Bacharel e Licenciatura, modalidade Português-Inglês - um longo período da graduação (sete anos para concluí-la em vez de quatro ou, no máximo, cinco anos, como seria o normal,  i.e., para a obtenção do diploma  de Bacharel em Letras (Português-Inglês)  e o de Licenciatura  em Letras, ou seja,  mais um ano de estudos  no que se denominava Complementação Pedagógica, subdividido   em   aulas  de didática,  aulas dadas  pelos professores a seus alunos  e assistidas pelos  licenciandos.
         Podia escolher  dar uma  aula de português ou  inglês. Optei  por  inglês e me saí muito bem apenas com algumas   recomendações, aliás,  bem  pertinentes da professora regente, que era muito   rigorosa  e não dava mole ao licenciando,  sobre algumas falhas   na minha exposição  em inglês   de  incorreções de sintaxe inglesa,  assim como    de    elogios à minha   pronúncia.
      Essa segunda  parte era feita no Colégio de Aplicação da UFRJ.   A segunda parte funcionava   na Faculdade da Educação  da UFRJ.   No meu  tempo,  ficava no bairro da Urca,  com  aulas de fundamentos filosóficos da educação, fundamentos sociológicos da educação e  estrutura e funcionamento do ensino
    Eu era um moço determinado, com o objetivo obstinado de quem visa a um sonho finalmente concretizado. Por razões de sobrevivência, que não vêm ao caso elucidar, o meu curso de graduação ficou prolongado.
     A Faculdade de Letras da UFRJ pertencia aos diversos cursos superiores que constituíam a famosa Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil destinados a formar professores para exercício do magistério secundário, hoje ensino fundamental da sexta série e ensino médio, antigo clássico, científico e técnico.
   O curso de Letras e de outras áreas funcionava no prédio onde era a ex-Embaixada italiana (Casa d'Italia), na Avenida Antônio Carlos, Centro do Rio. Quando ingressei no curso de Letras, em 1966, ele ainda funcionava lá e tinha um Anexo, bem perto, na Av. Franklin Roosevelt, um antigo prédio de um Tribunal Eleitoral que, depois, fora demolido para dar lugar ao espigão que pertence à Academia Brasileira de Letra, junto do antigo prédio chamado "Petitt Trianon" ou ainda conhecida  como "Casa de Machado de Assis".
         No Anexo, os nossos professores também davam aulas, dado que, no velho prédio da FNFi, não havia suficiente número de salas de aula. Inclusive eu e minha turma ali tivemos aulas de algumas disciplinas do currículo com professores famosos como Mattoso Câmara (1905-1968), o seu competente assistente, professor Carlos Eduardo Falcão Uchôa, muito didático, com aulas agradáveis e claras sobre assuntos complexos como a disciplina linguística. Hoje, está aposentado. Terminou sua bem sucedida docência do ensino superior como professor emérito de linguística da Universidade Federal Fluminense (UFF).
        Outros professores, no caso, professoras, da parte de língua inglesa , foram Bernadinha Pinheiros que se tornou, mais tarde,  grande  e  conceituada tradutora de James Joyce(), Aíla Gomes, que era a catedrática de língua e literatura inglesa. estudiosa e tradutora de Shakespeare, Klara Wirzu, segndo me informaram, já  faleceu e nem sei em que dia e ano.data..  Grande  conhecedora da língua de Shakespeare que lecionou para a minha turma . , uma excelente professora de língua inglesa, especialista em versão para o inglês até ao nível adiantado Que eu saiba,  ela nunca publicou em livros suas excelentes Apostilas impressas pela própria Faculdade de Letras da UFRJ.  Se as houvesse publicado   como serviriam a tantos alunos que, como eu,  sempre me considerei na, minha  na  intimidade de estudos  e pesquisas,   um  self-taught learner e, na vida,  um self-made man.  A eminente professors Klara Wirz  era descendente de suíço. Tinha um  porte alto,  muito clarinha e muito simpática e acessível aos alunos.Dela também falei no meu livro Apenas memórias (Op cit., p. 185)  Marlene Santos dos Santos também uma especialista em Shakespeare, com  Doutorado, posteriormente,  cursado no exterior e,  finalmente, Regina Pinto, uma provecta professora de gramática inglesa e outros professores,  cujos nomes não me vêm, agora,  à lembrança.Vale recordar  um fato. Quando aluno dela já na Avenida Chile,  fui me socorrer com essa insigne mestra, pedindo-lhe o favor  de ver para mim   uma  melhor tradução  ao vernáculo, ´porquanto dia respeito a   uma expressão  inglesa  que  me estava  dando dor de cabeça,  uma vez que  não  conseguia  um bom equivalente  em minha língua. Tal circunstância se deveu a ofato   de que    eu estava traduzindo alguns  breves obras em  inglês de vulgarização  no campo da psicologia. Arranjara  esse bico com uma   pessoa que conheci no restaurante dos alunos  da FNFi. Foi amizade à primeira  vista.  Logo se me tornara   amigo - .  Era o  o escritor paraense Valmir Adamor Silva,  residente no Rio de Janeiro. Pessoa honesta culta, solidária.  Vendo que  era forte  em   inglês,  esse recém-conhecido e, logo depois, amigo.  me  perguntou se estava interessado em  ganhar uns trocados fazendo traduções.  Respondi-lhe sem titubear: "Mas claro, Vilmar,  que sim.   Preciso  muito desse bico o mais cedo possível,"  concluí  a conversa  e me despedi dele.
          O curioso foi que o Adamor nunca me mostrara as  edições   por mim traduzidas.  Sei  apenas que se incumbia de fazer as revisões e adaptações  das traduções.  Doutra parte, achava meio estranho que  o meu  nome, o nome  da editora  e os nomes  do autores  das obras. traduzidas   nunca me foram  mostrados. eri sido muto bom para o meu curricum vitae. Contudo - enfatizo - ,  jamais me mostrara uma só  publicação   das traduções.  Quanto ao pagamento  pelas traduções,Vilmar  era corretíssimo, pontualíssimo nos dias    combinados para o pagamento de cada livro.         
         Ele seria o intermediário   do contrato apenas apalavrado  entre mim e  o editor que publicava  os  livros traduzidos. O curioso era que o o  Valmir  Adamor Silva  nunca me mostrara as  edições  que eu traduzia.  Sei  apenas que  se incumbia de fazer as revisões  e adaptações para uma  coleção de temática  direcionada à  área da psicologia,   conforme me referi antes. Jamais vi as  traduções  por mim realizadas,   nem tampouco me mostrara ele  uma só  publicação  dessas traduções. 
         Certa vez não me encontrando  por  uma semana  ausente da Faculdade  de Letras por um motivo do qual nem me lembro mais,  Vilmar  conseguira com amigos meus  da CESB,( sigla para a Casa do Estudante Secundário do Brasil),  encontrar  o meu antigo endereço em Oswaldo Cruz, subúrbio  onde morei  durante   dois meses, logo que cheguei ao Rio de Janeiro.  A pessoa que o atendeu,  lhe perguntou o que ele desejava.  Vilma falou  o meu nome.  Ela, por seu turno,   lhe respondeu: "Ele não mora mais aqui  não".
 Aproveitando-se  do ensejo, seguramente   para bisbilhotar, indagou: "É alguma  dívida que o  sobrinho do meu marido (no caso,  o meu  tio Zequinha Setúbal,  na casa de quem  morei  os mencionados dois meses. )?"  ade().t em  com o senhor?Vilamr,  secamenate lhe raetrucou: 
         Era mesmo,  nos bons tempos do passado, ou melhor, das fases da história  brasileira  do século  XX,  de períodos de presidentes    eleitos pelo povo (Jãnio Quadros,  Juscelino  Kubitheck, Jango Goulart)  uma "república de estudantes," na qual  noventa  por cento eram  secundaristas, sendo que, uns dois  já estavam cursando  o primeiro ano de uma universidade pública e,  pelo regulamento da CESB, logo deveriam deixar a  augusta  e querida CESB.()  
        A CESB era,  na realidade, um    ambiente sadio  e acolhedor,  cujo diretor,  durante o meu tempo lá,  era   o Dirceu Regis Ribeiro, jovem  vindo da Bahia que  pretendia,  se a memória não me falha, cursar  filosofia. Tornar-se-ia logo um  militante contra a ditadura civil-militar.  Grande e  solidário amigo era o  querido Dirceu! Foi para mim esse estudante baiano  muito politizado, orador  eloquente,  um entusiasta  empedernido da  poesia condoreira   de Castro Alves.(1847-1871) Já no começo do regime   civil-militar, Dirceu,  um ano depois,  escreveu um livro de título O canto do Calabouço.(), que não cheguei a ler,  pois Dirceu já havia desa´parecido da minha vista,  provavelmente  levado  pelos ideais  esquerdistas  de livrar o pais  do arbítrio e da censura à Imprensa, logo após o AI-5.  - decreto hiper-autoritário  com a finalidade de endurecimento ainda maior  do governo federal.   pretoriamente imposto ao país  pelo novo  presidente,  o general   Costa e Silva().   .A ess atura dos acontecimentos dos "anos de chumbo",    segundo me informaram, porquanto  já havia  eu   deixado a  minha saudosa   CESB em razão do meu casamento precoce,      .   .A CESB recebi com  prazer  novos moradores, quer dizer,    jovens esperançosos  de várias partes do país decididos a conquistar -  desculpe-me   a metáfora-clichê  -,  "um lugar ao sol".      Tirante  o longo período  da ditadura civil-militar (1964-1985), também  cognominada pelos apoiadores do novo  regime político-ideológico, de a      "Salvadora",     ELE m 
        Me lembro de um abraço dele  caloroso e apertado que  me dera   ao saber que havia sido aprovado para cursar Letras, modalidade-português-inglês. Me   vendo sorridente e muito  feliz  por ter meu  nome   na relação afixada na parede   da sala de entrada. do prédio    da Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil.  Era o ano de 1965. Eu estava com  apenas  19 anos. A  princípio, fiquei  apreensivo porque  não vira logo o meu na lista  dos aprovados. Ao meu    lado  estava a minha namorada, Elza, com quem,  um ano depois, me casara com  apenas  vinte e um anos mal completados..Foi para mim esse estudante baiano muito politizado,  orador  eloquente   .A CESB recebi com  prazer os  novos moradores, quer dizer,  jovens esperançosos  de várias partes do país decididos a conquistar -  desculpe-me   a metáfora-clichê  -,  "um lugar ao sol".      Tirante  o longo período  da ditadura civil-militar (1964-1985), também  cognominada pelos apoiadores do novo  regime político-ideológico, de a   "Salvadora" viu que era forte em inglês e   me perguntou se estava interessado em  ganhar uns trocados fazendo traduções. Ele intermediava junto com  o editor que publicava  esses livros. 
           O curioso foi que o Adamor nunca me mostrara as  edições  que eu traduzia. Sei  apenas que ele se incumbia de fazer as revisões e adaptações  das traduções.  De outro lado, mas jamais me mostrara um só  publicação   dessas traduções. Vilmar Admor era corretíssimo  no pagamento  das traduções.    onde cnsasse o nome da edit am do autro  notar que meu nome não c stava na traus     para o  escritor e amigo Vui lhe ergunar po um expressão inglesa que me estva  dando dor de cabeça, pois não conhecia aitnar com  a maneira melhor de trasuzila ao portugues . Isso foi no meu tempo em quje já estava na Avne ida Chile.
           Por outro lado,   nunca fiquei a par do nome da editora nem  dos autores das obras   por mim vertidas ao português nem porque meu nome não constasse  nas breve obras   traduzidas. Não  me lembro de quantas traduções fiz, mas foram,  pelo menos.  umas cinco ou seis. Dos títulos no original em inglês  não me recordo mais.   Da razões disso não saberei mais.  Eram obras  de formato  pequeno e com letras impressas bem miúdas.   visto que  o   escritor Adamor  já faleceu. Meu nome não  constava na traduções    para o  escritor e amigo Fui lhe perguntar por um expressão inglesa que me estava  dando dor de cabeça, pois não  não conseguia chegar  ao sentido melhor  para  sua correspondência no português ;. esse me contato e amizade com o Vilmar começou restaurante da Faculdade de Letras no prédio   foi no  tempo em que se  inciara o segundo ano   o de Letras no antigo prédio  da FNFi. na Avenida a Chilee se prolongou por mais um tempo na Avenida Chile. 
         Só  depois  Depois de algum tempo, fiquei sabendo que ele, muitíssimo modesto modesto e discreto, tanto que  nunca falava de sua vida intelectual, Apenas dizia que era professor, advogado e que gostava de literatura.  ade sua vida.  Era muito próximo de   um  comum - . o escritor piauiense José Ribamar Garcia,  contista,   novelista/romancista,memorialista,   cronista de primeira linha  e  membro da Academia Piauiense de Leras (APL), residente no Rio de Janeiro dese 1963  José Ribamar Garcia,   autor de romance    que reputo o melhor dele,  que ten  por título m de resto, semiologicamente   muito alusivo pelo viés social-ideológico. .  
          Viu que era forte em inglês e me  me perguntou se estava interessado em  ganhar uns trocados fazendo traduções. Ele intermediava junto com  o editor que publicava  esses livros. O curioso era que o Adamor nunca me mostrara as  edições  que eu traduzira.  Sei  apenas que ele se incumbia de fazer as revisões das traduções  por mim realizadas,  mas jamais me mostrara um só  publicação   dessas traduções. Vilmar Admor era corretíssimo  no pagamento  das traduções.    onde constasse o nome da editora,   do autrores  notar que meu nome não constava na traus     para o  escritor e amigo Vui lhe ergunar po um expressão inglesa que me estva  dando dor de cabeça, pois não conhecia aitnar com  a maneira melhor de traduzi-la  ao portugues . Isso foi no meu tempo em que já estava na AvenidaChil, Centro ..
      Não posso deixar, neste comentário, de assinalar a importância para mim que teve a professora Teresinha Fonseca, há longos anos  residindo  nos Estados Unidos.  Atualmente, é   professora aposentada emérita de literatura inglesa da The  New York Sate University. Ela nos lecionou literatura inglesa, ou melhor dizendo, teatro shakespeariano, algo que o faria bem mais aperfeiçoadamente no  exterior do que aquilo que ela, já aqui no Brasil, fazia, ensinando literatura inglesa e analisando a obra de Shakespeare através de encenações pelos próprios alunos, de peças desse  genial dramaturgo de Statford-on Avon. 
     Finalmente, a excelente professora Teresinha Fonseca nos lecionou, durante um semestre, aulas de conversação baseadas nas leituras de um livro magnífico, uma coletânea de textos ficcionais, ensaios, e poesia, de título Brighter English ( Revised edition. London: Longmans, 1964, 243 p. ), organizada pelo gramático inglês C. E. Eckersley, M.A., em co-autoria com J. M.. Eckersley, M.A. autores  da ótima gramática,  A comprehensive English grammar for foreign students, adotada  logo no início da minha   graduação.
        À professora Teresinha Fonseca faço referências elogiosas também no meu livro "Apenas memórias".((Ver SILVA FILHO, Cunha e. Apenas memórias. Rio de Janeiro: Quártica Editora, 2016, 299 p. Ver, nesta obra, p. 145 e p.193-195)
           Voltando ainda a falar da professora Teresinha Fonseca, a última notícia que dela tive foi que vivia dando palestras em universidades americanas sobre teatro shakespeariano. Ela, uma vez, ao me devolver um prova de literatura inglesa acerca de uma das peças de Shakespeare,no final do papel da prova anotou o seguinte: " Francisco, despite your mistakes in grammar, it's praiseworthy the originality with which you express your ideas."("Francisco, a despeito de  seus erros de gramática, digna  de aplausos  a    originalidade com das  suas  ideias.")
        Last but not least,, uma grande alegria foi ter sido aluno de um dos melhores professores da universidade que tive na Faculdade de Letras ainda na mencionada Avenida Chile. Era o professor Carly Silva, um accomplished professor" tanto na área de língua inglesa quanto na de literatura inglesa. Dele falei muito no meu citado livro de memórias.(Ver SILVA FILHO, Cunha e.Op. cit. , p.217-221)
            Para resumir, desejo afirmar ainda acerca da ilustre professora, acima mencionada, Teresinha Fonseca, que ela nos deu também aulas de fonética inglesa, junto com o seu coordenador, o linguista de procedência dinamarquesa, H. Hald Madsen, autor da excelente obra Teaching English in Brazil. (Rio e Janeiro: Ao livro Técnico S.A., 1964. 163 p).  e de diversas  outras obras didáticas, como  a magnífica a Série The American Language  Series (preparada pelo Instituto Brasil-Estados Unidos, assim como outra obras didáticas publicadas  posteriormente  acerca do   ensino da língua inglesa.Foi consultor, durante algum tempo, de língua inglesa na Embaixada Americana no Rio de Janeiro.No   Anexo do curso de letras da Faculdade Nacional de Filosofia, citado linhas atrás, funcionava também, no primeiro andar, a valiosa Biblioteca do curso de Letras, a qual, por algum tempo, foi dirigida pelo scholar, escritor e historiador literário austríaco, naturalizado brasileiro, Otto M\aria Carpeaux (1900-1979)) .
            Com a separação dos cursos da famosa FNFi. o de Letras foi funcionar na Avenida Chile, num prédio adaptado de uma ex-Exposição Portuguesa. Quem se encarregou de conseguiu instalar o curso de Letras na Avenida Chile foi o ilustre historiador literário, ensaísta e crítico literário, professor Afrânio Coutinh()o junto com outros professores de Letras. Ele foi seu primeiro diretor naquela nova instalação da Avenida Chile
            No meu livro  Apenas memórias (Op. cit.), relato essa transferência e falo desse tempo da Avenida Chile, assim como da precariedade das instalações para um funcionamento melhor da Faculdade de Letras. Quer dizer, o curso de Letras ficou separado dos antigos cursos da velha Faculdade Nacional de Filosofia (FNFi,) sendo, então, denominado Faculdade de Letras da UFRJ, há tempos instalada no vasto campus da Ilha do Fundão, onde cursei as já mencionadas Pós-Graduações.
       Terminei também transformando o meu comentário a um comentário seu num artigo de cunho memorialístico.


sábado, 25 de janeiro de 2020

Referências bibliográficas: algumas observações


                                                                                     Cunha e Silva Filho

          Procurando algumas obras a fim de completar a bibliografia de um prefácio que acabo de escrever co-adjuvando a autora, me senti impelido a lhes apresentar meus amigos, colegas e leitores em geral , uma questão de sociologia da literatura e até mais de vida literária.
          Para o festejado e amado escritor Monteiro Lobato (18812-1948), a vida literária, nos seus bastidores, à boca pequena, não passa do que afirmei em meu livro "As ideias no tempo" sobre o que pensava o autor de" Urupês" (1918)).
           Permitam-me uma autocitação: “ O maior pecado que cometemos é, sem dúvida, o desejo de pensar que, no domínio intelectual - aqui pensamos nas palavras de Monteiro Lobato – coexistam só bondades e honestidade, pureza e autenticidade.”
           Segue adiante, a organização da bibliografia do livro a ser lançado. Não lhes vou adiantar o tema nem o nome do autor para deixá-los com aquele gostinho de curiosidade em saber do que fala o livro em questão.
Provavelmente, alguns leitores possam até dar um palpite, tentar adivinhar ou mesmo estranhar o ocultamento do livro a ser ainda lançado. Tomara que o seja e não demore muito a data do lançamento.
          No entanto, o motivo deste artigo é comentar alguns pecado ou pecadilhos de quem prepara, por exemplo, obras de historiografia literária e tenha que decidir o número de autores que, no juízo do autor, nesse gênero, nelas constarão e serão objetos de análises ainda que sejam despiciendas. Seguem abaixo, os autores e respectivas obras constitutivas da bibliografia, assim como alguns reparos meus sobre os acima-citados “pecados ou pecadilho” da bibliografia do livro a ser lançado:

Acervos do Arquivo de Cunha e Silva e entrevistas com os políticos Manoel do Bar (falecido), João Almeida (falecido), Emília da Paixão ( carinhosamente apelidada de Bizinha (falecida), Chico Câmara, médico Agenor Lira. Depoimentos dos entrevistados pela professora de história Euzeni Dantas (Patrimônio Histórico ) e Ronaldo Moura, Museus e Carnavais de Amarante..
Boletim Informativo, Arquivos de Amarante. s/d.
BRASIL, Assis. A poesia piauiense no século XX. Antologia. Coleção Poesia Brasileira. Organização introdução e notas de Assis Brasil. Rio de Janeiro:: Imago Ed.;Teresina, PI.: Fundação cultural Monsenhor Chaves, 1995, 328 p. Obra de importância capital para o leitor ter uma visão ampla de autores piauienses, principalmente, pela exposição clara e criteriosa de comentários críticos.
CANDEIRA FILHO, Alcenor. Aspectos da literatura piauiense. Teresina: Editora e Gráfica da UFPI, 1993, 131 p.
CASTELO BRANCO, Homero. Ecos de Amarante. Rio de Janeiro: Litteris Editora, 2001, 423 p.Ver p.310-316.
CASTRO, Nasi. Amarante – um pouco da história e da vida da cidade. Teresina: Projeto Petrônio Portella, 1986, 64 p. Introdução, sob o título “Amarante e a memória piauiense,” de M. Paulo Nunes, p. 3-4.
.......... Amarante, folclore e memória. 3 ed. Teresina: COMEPI, 2001. Reproduz Introdução de Dagoberto Carvalho Jr. e prefácio de Virgílio Queiroz.
Encontro Cultural em Amarante. Boletim informativo, 1985.
-------. Amarante, folclore e memória. Teresina: Projeto Petrônio Portella, 1994, 226 p. Introdução de Dagoberto Carvalho Jr. Prefácio de Virgílio Queiroz.
MOREIRA LIMA, Lourenço. A Coluna Prestes, marchas e combates. 3. Ed. São Paulo, SP.: Editora Alfa-Ômega.
MORAES, Herculano. Visão histórica da literatura piauiense. Rio de Janeir: Companhia Editora Americana, 1976;179 p. É um edição ainda bem esquemática, abrangendo mais informações biobibliográficas.
...........Visão histórica da literatura piauiense. 4. ed. em três volumes. 4. Ed.Teresina: H. M. Editor, 1997.
Essa novas edições já dão um passo bem mais amplo na questão de metodologia, de historiografia literária e de apreciações críticas pertinentes e originais.
         Entretanto, nela são omissos escritores piauienses como Cunha e Silva Filho e outros. Silva Filho já havia publicado livro, talvez a primeira Dissertação de Mestrado escrita por um piauiense e que recebeu nota excelente da Banca Examinadora da Faculdade de Letras da UFRJ, em 1994, de título "Da Costa e Silva: uma leitura da saudade, uma análise pioneira na questão do eixo temático. Esse ensaio foi, posteriormente, publicado em livro, em 1966, pela Academia Piauiense de Letras em convênio com a Universidade Federal do Piauí(UFPI).
         Desde 1963, aproximadamente, vinha publicando, em jornais de Teresina, artigos sobre literatura e outros temas e gêneros literários elogiados por intelectuais do Piauí, entre outros, do porte de A. Tito Filho (1924-1992) Darci Fontenele de Araújo (1916-1974), Jeremias A, P.Silva (Drumond). Entretanto, não obtive informação se ainda esse autor é vivo)),

MOURA, Clóvis. Argila da memória. São Paulo: Ed. Fulgor, 1963. Nesta obra, o poeta centraliza seu tema nos motivos suscitados pela cidade de Amarante. ............ Flauta de argila.- memória revisitada.Teresina: Gráfica Editora Júnior Ltda., 1992. Nesta obra, o autor, mais uma vez revisita, pela memória, a velha Amarante, o Piauí como um todo. Apresentação de M. Paulo Nunes
MOURA, Eleazar. Amarante antigo: alguns nomes e fatos. Gráfica Santa Maria, s. d.177 p, Inclui fotos. s/d.Ver Terceira Parte: Fatos e ocorrências do Amarante antig
NETO, Adrião Neto. Escritores piauienses de todos os tempos: dicionário biográfico Teresina: Halley S.A, 1995. 510 p.. 5211 fotos
o. Subseção 11: Educação e Cultura, p.111-113.Ver também, na Quarta Parte, a reprodução da Entrevista concedida ao Professor Cunha e Silva, à Revista Educação Hoje p. 125- 135.
SANTOS. Luís Alberto dos. Amarante,PI.(Personalidades e fotos marcantes). Teresina: Gráfica Ipanema, 2011.
TEIXEIRA PACHECO, José Luís Bizinha, o legado vivo da cultura de Amarante. Teresina, PI.: Gráfica Editora Uruçuí., 2014.
MOURA, Francisco Miguel de. Literatura do Piauí.(1859-1999). Teresina: Edição da Academia Piauiense de Letras/convênio com o Banco do Nordeste, 2001. 295 p.
----------.Literatura do Piauí. 2, ed,, revista, ampl. e atualizada.

        Essa obra é bem superior à versão anterior (de Ovídio Saraiva aos nosso dias). A ótica metodológica é melhor do que as outras congêneres, excetuando, a meu ver, as análises e comentários do autor, quase sempre indo ao cerne do valor literário, maior ou menor, de escritores piauienses. É um bom instrumento de pesquisa para futuras gerações de estudiosos, historiadores de literatura e críticos literários.
       Gosto do escritor Chico Miguel de Moura como poeta de valor e como crítico arguto num julgamento sem favor algum. É pena que o autor, não obstante a citação passim no volume, não me dedique  uma só passagem comentando a minha obra de forma independente e particular como fazem os verbetes de dicionários de literatura, por exemplo, para citar o melhor no país, o de Afrânio Coutinho (1911-200)," Enciclopédia de literatura brasileira" (2001) em dois volumes.
       Creio que sou um "outsider" porque não sou um figurão da política nacional nem um soba piauiense dessa mesma política. No entanto, modéstia à parte, fui sempre um ensaísta ou articulista me ocupando com vários escritores piauienses. Na adolescência, em jornal de Teresina, o primeiro escritor de ficção sobre quem escrevi, foi, se me lembro bem, o saudoso escritor J. Miguel de Matos (1923- ?), comentando a novela "Brás da Santina" (1953), seu livro de estreia. Era militar, autodidata, porém foi principalmente escritor de temas literários diversos, com alguns trabalhos muito bons. Tinha uma vocação para a crítica literária e foi um bom analista de autores piauienses.

        Tendo eu já considerável produção (algumas inéditas) publicada em jornais e revistas piauienses e algumas obras editadas e, hoje, graças à Internet e ao meu Blog “As ideias no tempo,” ao site de jornalismo literário “Entretextos” dirigido pelo atuante escritor Dílson Lages e ao site internacional www.academia.edu.com. Atualmente,  venho escrevendo para a Revista romena Oriozon Literar Contemporan, 
       Seria uma omissão de ordem técnica e historiográfica  não merecer maior atenção em histórias literárias de autores piauienses. Quem quiser obter mais informações sobre o meu Curriculum Lattes ou o meu Curriculum vitae independente, terá que fazer por outros canais de comunicação virtual ou escrita.
         Uma situação de natureza historiográfica me faz sentir fora da órbita dos escritores que fazem parte do sistema literário ou canônico da literatura produzida no Piauí.
        Julgo que, da mesma maneira, se queixariam, por razões semelhantes, outros exemplos de autores piauienses de mérito. É lamentável essa omissão. É um deslize numa obra que se pretende  acadêmica. Tal fato aconteceu igualmente com o meu pai (a historia aqui se repetiu de pai a filho) que, sendo um jornalista político doutrinador muito fecundo e brilhante, independente e corajoso, só mereceu uma pequena nota de rodapé de um autor piauiense num livro sobre a história da imprensa piauiense.
      Meu pai, que tinha a veia de polemista e o modo sarcástico de fazer retratos hilariantes de personalidades políticas, ou não, com muito humor,  verve burlesca e caricatural, pulverizando o êmulo, não deixou passar essa omissão involuntária, ou não, em brancas nuvens. Deu-lhe o troco em artigo contundente num jornal de Teresina.


TITO FILHO, A. Governadores do Piauí. 2. ed, Rio de Janeiro: Editora Arte Nova, 1975.
SILVA, CUNHA E. A experiência de quem viveu parte da história do Piaui. Entrevista concedida ao acadêmico (APL), escritor, professor e jornalista Cunha e Silva pela Revista Educação Hoje Ano III - nº 06 – Revista trimestral – 15/10/86, p. 17-22. Inclui fotos do escritor e jornalista político da época da entrevista.
SANTOS, Luís Alberto dos.(Bebeto). Amarante - Personalidades e fotos importantes.Tersina.PI.,: Gráfica Ipanema, 2011.
PACHECO. José Teixeira. Bizinha.o legado vivo da cultura de Amarante, ,2014.
SILVA FILHO, Cunha e. Da Costa e Silva: uma leitura da saudade. Prefácio da Profa. Dra. Gilda Salem Szklo, ensaísta, crítica literária e professora de literatura brasileira da UFRJ., Rio de Janeiro, 17 de junho de 1996.Teresina,PI: Academia Piauiense de Letras (APL)/Universidade Federal do Piauí (UFPI). 1966, 108 p.
SILVA, Da Costa e. Zodíaco (1917), In: _ Da Costa e Silva - Poesias completas. 1885/1985. 3ª ed. Rio de Janeiro, RJ.: Editora Nova Fronteira, em convênio com o Instituto Nacional do Livro e Fundação Nacional Pró-Memória Edição do Centenário (1885/1985), revista e anotada por Alberto da Costa e Silva. Ver Seção "Minha Terra" (p.170.             Na sua generalidade, quase todo o conjunto da obra dacostiana metaforiza a cidade de Amarante.
SOUSA CASTRO, Olemar de. Minhas duas pátrias. Rio de Janeiro: Câmara Brasileira de Jovens Escritores, 2009 Ver o capítulo “Voltando a Amarante,” p. 53-64.
---------,Sob o sol poente.2.ed. ampliada. Rio de Janeiro: Câmara Brasileira de jovens Escritores, 2010.
...........Minhas duas pátrias. 2, ed, Rio de Janeiro, RJ.: Câmara Brasileira de Jovens Escritores, 2009.

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ACADEMIA.EDU.COM

terça-feira, 7 de janeiro de 2020

QUANDO FIZ SESSENTA ANOS AGORA QUE JÁ COMPLETEI SETENTA E QUARO ANOS

FRAGMENTOS DE MEMÓRIAS



Cunha e Silva filho


                                                                  A meus filhos Francisco Neto e Alexandre

Queridos amigos e amigas!

          Certas datas de aniversário são importantes, como o primeiro aniversário de uma criancinha, a data dos quinze anos(sobretudo para as debutantes ), dos cinquenta, dos sessenta. Paro aqui porque ainda espero outras etapas. Completo sessenta, na realidade, já os completei no dia 7 deste mês de dezembro. No entanto, o que vale é a ação, a intenção, o valor simbólico demarcado.
         Vou seguir um conselho de minha esposa. Se cheguei a esta idade deve ter sido por vontade divina. Descobri, nesta nova fase de vida, que a Arte, sem o viver é incompleta. Vou, pois, completar-me com a Arte (especialmente com a arte literária, com a Literatura). Tenho amigos e conhecidos que não gostam de dizer a sua idade verdadeira. Eu não me importo com isso . A Arte, em todas as suas manifestações, equivale a viver com júbilo, emoção, plenitude, dignidade.
         Meu pai, Cunha e Silva (1905-1990) em carta, me confessou que aos sessenta se viu chamado pela musa Calíope. Segundo ele, poesia nele brotou diante da “amarguras da vida. Eu, ainda que com amarguras, não vou me tornar poeta, não obstante tenha, de forma bissexta, incursionado pelo terreno poético com alguns poucos poemas de menor “voltagem, ” poemas circunstanciais, diria melhor, presunção de jovens que pensam fazer tudo no campo literário. Vou, porém, continuar meus estudos literários aliando o prazer da análise ao julgamento estético.
        No mundo a criação artística, o ponto final só se dá com a nossa passagem do domínio terreno para o da dimensão do espírito. Claro que sentimos o fluir dos dias, meses, anos, décadas e séculos;Por outro lado, a temporalidade é pejada de subjetividade. Eis por que, no nosso particular mundo interior, não nos percebemos velhos e descartáveis.
        A nossa velhice está nos outros através dos rótulos e das discriminações .Uma vez minha mãe Ivone, uma bela mulher, me falou que, à altura dos setenta anos, não se sentia idosa. Sentia-se sempre plenamente remoçada. Meu pai, por sinal também, nunca deixou escapar qualquer resquício de sentimento negativo com a vida de idos, mesmo ao chegar aos oitenta anos. Por que essa atitude? Porque ele e mamãe amavam a vida e tinham ainda sonhos e esperança em dias melhores.
       Gilberto Freyre (1900-1987), notável sociólogo brasileiro, certa vez formulou a ideia de um tempo tríbio - um tempo que para ele somaria o passado, o presente e o futuro numa espécie de fusão de temporalidades, nas quais a sensação resultaria num eterno presente, como forma de não nos apegarmos tão-somente, ao meu juízo, com a preocupação das apreensões do futuro. Tal sensação, ou melhor, percepção desse eterno presente, seria uma maneira de nos sentirmos dentro da contemporaneidade. Não vejo, assim, coisa mais saudável ao espírito para regressarmos ao passado com saudades e aproveitar o presente da melhor forma possível.
       Um texto límpido e fascinante do psiquiatria Augusto Cury, numa abertura a um capítulo do livro Pais brilhantes, Professores fascinantes 7 ed.( Rio de Janeiro: Sextante, 2003,p. 103) há o seguinte pensamento: “Se o tempo envelheceu o seu corpo mas não envelheceu a sua emoção, você será sempre feliz.”
       Essa emoção não a quero perder visto, porquanto não entendo a vida sem a emoção, como não a entendo sem o choro, a sensibilidade, a solidariedade e a dor do outro. Isso não é pieguismo inócuo, porém demonstração inequívoca de que alguém se toca diante de fatos e acontecimentos que nos fazem vibrar de alegria, chorar de emoção ou chorar pela tristeza alheia. Por isso, a arte da comédia, a arte do drama e da tragédia têm seus fundamentos derivados do riso, do ridículo e da catarse.
       Reunindo vocês aqui, amigos queridos e diletos de longa data, amigos mais novos, de coração lhes agradeço pelo carinho de suas presenças no playground do meu prédio. Aqui tenho amigos, cujos laços cada vez mais se estreitaram ao longo do tempo, como da mesma forma tenho nesse recinto outros amigos mais recentes que tive o grato prazer de com eles travar amizade sincera.

       Para concluir, espero que se sintam como se estivessem em suas casas. Tenho dito.


sábado, 28 de dezembro de 2019

O FICCIONISTA JOSÉ RIBAMAR GARCIA: NOVO LIVRO


                                                                                                       Cunha e Silva Filho


         Talvez por ser um escritor que se divide em duas atividades, a de advogado trabalhista bem-sucedido e a de ficcionista, se explique a sua produção relativamente pequena. Do pouco que lhe sobra da intensa vida de advogado, penso que fez muito com tão pouco tempo para escrever. Contudo, Garcia é daqueles escritores que sacrificam, muitas vezes, seu lazer em proveito de intenso interesse pela sua produção literária e contínuo e criterioso aperfeiçoamento de sua técnica narrativa.

       Leitor voraz de obras literárias nos vários gêneros, estudioso dos temas brasileiros, homem calejado nos vários desafios enfrentados com destemor e paciência, Garcia tem, diante de si, essa gama de vivências e de conhecimento dos homens e da sociedade nos seus mais complexos meandros, mistérios e sortilégios.

      Sua literatura representa uma maneira de radiografar as ações, conflitos, alegrias, carências, ilusões e desilusões dos sentimentos do brasileiro, sobretudo das camadas menos favorecidas, traço forte de uma visão de autor que se pode encontrar em outros autores brasileiros do passado e do presente.
       O ficcionista nunca perdeu o contato com a sua terra natal nem o amor entranhado pela sua gleba. Não perdia a oportunidade para, com alguma frequência, viajar a Teresina e lá passar alguns dias ocupado com a sua vida literária, sua convivência com intelectuais da terra e com a divulgação de sua obra. Ora, como resultado de suas atividades literárias, com o conceito crescente que ia se consolidando junto à comunidade literária do Piauí, foi eleito para uma cadeira da Academia Piauiense de e Letras. Hoje, sua obra se espalhou por grande parte do país.


(Republicada com ligeiras modificações)


NOTA IMPORTANTE:

        Ao texto acima, escrito faz alguns anos, desejaria informar aos leitores que Jose Ribamar Garcia não mais pode ser chamado de um autor de obra pequena, pois, sempre ativo na produção literária, conseguiu mais renome e hoje conta com 13 obras ficcionais, a ultima das quais ainda será lançada brevemente que tem por título O relógio do Comandante - crônicas.( Rio de Janeiro: Litteris Editora, 2019, 127 p.).
       Além dessas obras no campo ficcional, escreveu um livro de sua especialidade advocatícia: Crise da Justiça e do Direito do Trabalho – ensaios.(Rio e Janeiro: LTR, 2001).
Em 2017, organizei, com uma Introdução aos contos reunidos dando uma panorâmica das obras do autor  até então publicadas, o livro Contos selecionados de José Ribamar Garcia.(Rio de Janeiro: Litteris Editora, 2017, 213 p.)